No passado dia 1 de novembro, comemorou-se o “Dia de Todos os Santos”. Na maioria das escolas do concelho ainda se realiza esta tradição. Durante a semana anterior à data de 1 de novembro, nas várias salas de aula das nossas escolas, falou-se desta tradição que remonta a 1756, um ano após o terramoto de Lisboa. Naquela altura, as pessoas estavam pobres, com fome e assustadas e começaram a pedir, pelas ruas, pão por alma dos falecidos durante o tremor de terra. Agradeciam dizendo “Por alma dos seus” ou “Seja pelas almas”. Por vezes, recebiam castanhas, nozes, ou o que as pessoas podiam oferecer. Nas nossas ilhas, as pessoas do campo davam o milho, o trigo e o pão. Conta-se que, durante o Estado Novo, Salazar proibiu os adultos de pedirem esmolas pela rua, só era permitido fazê-lo, às crianças até os 10 anos de idade. Esta tradição continuou até os dias de hoje, perpetuando-se através das crianças, nas escolas, nas missas, etc. Em algumas turmas da nossa Escola de São Pedro, os professores trouxeram pão e ofereceram às crianças em embrulhos de papel de seda, acompanhados de quadras alusivas à época. O tema foi tratado nas aulas de português e estudo do meio. Noutras, fizeram-se sacas com restos de tecido para levar o pão, como outrora se fazia. Noutras turmas ainda, os alunos trouxeram abóboras, a educadora fez doce e os alunos levaram para casa em frasquinhos de vidro reutilizados. Assim, a tradição continua pois “Só vivendo as tradições as podemos preservar” e como alguém também já disse “As tradições são a Alma de um Povo”.
prof. Maria Laura Brandão
(Clube de Jornalismo)
